A recolha das ilustrações da obra de Eça de Queiroz aqui apresentada, que abrange um período de 130 anos – entre 1871, data da capa de “As Farpas”, concebida por Manuel de Macedo, e Outubro de 2001, data do desenho de António inspirado pelos textos da polémica Eça-Pinheiro Chagas -, constitui nos estudos queirozianos uma absoluta novidade, de que a sua bibliografia carecia. A escrita eminentemente imagética do autor de “A Relíquia” facilita expressões plásticas de forte recorte visual, que vêm complementar o seu estilo inconfundível.
O propósito essencial desta obra é fixar fotograficamente as paisagens naturais e urbanas e os edifícios descritos na novelística de Eça de Queiroz, respeitantes a Portugal, tal como hoje se nos deparam e, em alguns casos, através de imagens da época, complementando essas imagens com os textos que lhe correspondem.
A tónica fundamental deste trabalho, escrito numa linguagem de grande simplicidade, faz ressaltar a espantosa afinidade de Eça com Flaubert, no que toca às considerações que ambos nos deixaram a propósito do estilo e do esforço enorme que despenderam em prol do seu apuramento.
No seguimento dos 1º e 2º Encontros em Tormes sobre Modernidade e Ruralidade, que constam do debate, da problemática actual e futura do mundo rural, foram editadas as suas actas.
Em 1879, Eça redige de um fôlego O Conde d’Abranhos, que apenas seria postumamente publicado e que constitui a sua mais contundente crítica romanceada da intriga política constitucional. (O editor chegou a propor que se publicasse sem indicação de autoria.)
Na versão definitiva desta obra (1880), conjugam-se três factores já previamente salientes na carreira de Eça mas cuja importância relativa e cujo significado se irão modificando: um dado propósito de crítica social contemporânea; uma dada percepção de como determinadas personagens, enganando as outras, se enganam afinal a si próprias, fingindo acatar pautas morais de comportamento; e uma certa auréola de sonho que elas exalam.
Eça de Queiroz com o poderoso sentido de observação que o caracterizou, aguçado pela novidade mítica do Oriente, antes da viagem apenas literariamente experimentada, Eça pode produzir nesta obra um texto que iniciou na sua carreira literária uma imediata revolução que o faz passar da prosa lírica dos primeiros folhetins, mais tarde reunidos com título de Prosas Bárbaras, para uma visão mais concreta da realidade.
Nesta obra, Eça tem uma visão muito pessoal dos países orientais e da antiguidade. A sua imaginação volta a trabalhar para nos oferecer, com a sua fina ironia, uma obra rica de análise psicológica (pois retrata magistralmente o remorso) e com alguns momentos de descrição sugestiva nos sonhos de opulência do Teodoro, na sua quimérica viagem à China.
Apresentam-se, nesta edição, estreitas e até agora desconhecidas relações de amizade entre o poeta António Feijó e Eça de Queiroz e até surpreendentes afinidades entre ambos. O motivo principal deste livro é, todavia, a publicação integral de “O Mistério da Estrada de Ponte de Lima”, ou “História dos Carecas”, divertida efabulação engendrada por António Feijó, em 1880, no jornal “O Comércio do Lima”, de evidente inspiração queiroziana, que alvoroçou a sua terra natal e permanece, ainda hoje, na memória de muitos pontelimenses.
Escrito em Inglaterra, O Primo Basílio, publicado em 1878, é um romance de costumes da média burguesia lisboeta e uma sátira moralizadora ao romanesco da sociedade da época. Luísa é uma vítima das suas leituras negativas e da baixeza moral do primo, quando a ausência do marido a deixou entregue ao seu vazio interior. É uma vítima do ócio.
Trata-se da obra-prima de Eça de Queiroz, publicada em 1888, e uma das mais importantes de toda a literatura narrativa portuguesa. Vale principalmente pela linguagem em que está inscrita e pela fina ironia com que o autor define os caracteres e apresenta as situações. É um romance realista (e naturalista), onde não faltam o fatalismo, a análise social, as peripécias e a catástrofe próprias do enredo passional.
A revista “Queirosiana” é publicada semestralmente pela Fundação Eça de Queiroz, tendo como Director o Prof. Doutor Carlos Reis, contem estudos sobre Eça de Queiroz e a sua Geração, é distribuída gratuitamente aos sócios da Associação dos Amigos de Eça de Queiroz.
A revista “Queirosiana” é publicada semestralmente pela Fundação Eça de Queiroz, tendo como Director o Prof. Doutor Carlos Reis, contem estudos sobre Eça de Queiroz e a sua Geração, é distribuída gratuitamente aos sócios da Associação dos Amigos de Eça de Queiroz.