Uma viagem formativa orientalista e orientalizante para o curioso, irreverente e ousado jovem Eça, abrindo-lhe novos horizontes estéticos, culturais e políticos.
Em 5 de Novembro de 1869, um jovem Eça de 23 anos chega a Alexandria após o convite irresistível para assistir às cerimónias de abertura do Canal de Suez. Este livro reconstrói e estuda a viagem queirosiana ao Egipto — que ficaria registada pelo autor em apontamentos e artigos de jornal —, apresentando-nos o seu Orientalismo complexo, enquadrado numa moda orientalista que Eça conhece, utiliza e, sobretudo, reinterpreta.
É aqui, e depois na Palestina e no Líbano, que Eça de Queirós começa a ultrapassar os constrangimentos dos jovens da sua época para se transformar num europeu moderno, num jornalista político e num autor transnacional. Põe ousadamente em causa alguns dos seus valores, «despe o fato» de fazenda europeia e entrega-se ao caótico, ao não policiado, ao sensualismo, à multidão ondulante e às cores quentes do deserto.