Nesta obra, Eça sugere o tema clássico do elogio da “áurea mediocritas”, quando mostra que nem é o fausto, nem o conforto, nem a ciência que fazem o homem feliz, mas sim uma vida calma, simples e natural.
Nesta obra, Eça conta a história de Gonçalo Mendes Ramires, nas suas relações familiares, no seu convívio social, nos seus entusiasmos e nas suas inexplicáveis reacções. O romance desenrola-se em dois planos que caminham paralelamente. Num, feito de idealismo, projecta-se o tradicionalismo romântico: romance histórico; no outro, com o sentido do realista, perpassa a vida contemporânea da província.
Romance saído em folhetins na Gazeta de Notícias, cuja epígrafe se tornou célebre – “Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia” – por sintetizar a aliança entre realismo e imaginação, naturalismo e fantástico, patente na obra.
O corpus principal desta proposta editorial foca-se na análise da adaptação atualizada de dois romances canónicos do consagrado escritor português Eça de Queirós para a televisão generalista nacional, pública e privada, nos produtos ficcionais telenovela e minissérie. É um estudo que relaciona importantes conceitos como adaptação, atualização, romances canónicos, autor clássico, televisão, ficção, telenovela, minissérie e identidade cultural com vista a sugerir uma interpretação possível de duas unidades dramáticas televisuais recriadas a partir de Os Maias (1988) e de O Crime do Padre Amaro (1880).
Obra vencedora da Edição de 2016 do Prémio Literário Fundação Eça de Queiroz
No prefácio dos “Azulejos do Conde de Arnoso”, emite Eça a sua opinião sobre o conto: “No conto tudo precisa de ser apontado num risco leve e sóbrio: das figuras deve-se ver apenas a linha flagrante e definidora que revela e fixa uma personalidade; dos sentimentos, apenas o que caiba num olhar, ou numa dessas palavras que escapa dos lábios e traz todo o ser; da paisagem somente os longes, numa cor unida”.
Os textos e desenhos que aqui se publicam são, na sua maioria, inéditos, provenientes de álbuns que estiveram mais de cem anos escondidos do público. Mesmo nos poucos casos em que os textos e as imagens já se encontravam publicados, é a primeira vez que são coligidos numa edição que restitui a sua forma original.
Em 1879, Eça redige de um fôlego O Conde d’Abranhos, que apenas seria postumamente publicado e que constitui a sua mais contundente crítica romanceada da intriga política constitucional. (O editor chegou a propor que se publicasse sem indicação de autoria.)
Na versão definitiva desta obra (1880), conjugam-se três factores já previamente salientes na carreira de Eça mas cuja importância relativa e cujo significado se irão modificando: um dado propósito de crítica social contemporânea; uma dada percepção de como determinadas personagens, enganando as outras, se enganam afinal a si próprias, fingindo acatar pautas morais de comportamento; e uma certa auréola de sonho que elas exalam.
Eça de Queiroz com o poderoso sentido de observação que o caracterizou, aguçado pela novidade mítica do Oriente, antes da viagem apenas literariamente experimentada, Eça pode produzir nesta obra um texto que iniciou na sua carreira literária uma imediata revolução que o faz passar da prosa lírica dos primeiros folhetins, mais tarde reunidos com título de Prosas Bárbaras, para uma visão mais concreta da realidade.
Nesta obra, Eça tem uma visão muito pessoal dos países orientais e da antiguidade. A sua imaginação volta a trabalhar para nos oferecer, com a sua fina ironia, uma obra rica de análise psicológica (pois retrata magistralmente o remorso) e com alguns momentos de descrição sugestiva nos sonhos de opulência do Teodoro, na sua quimérica viagem à China.
Escrito em Inglaterra, O Primo Basílio, publicado em 1878, é um romance de costumes da média burguesia lisboeta e uma sátira moralizadora ao romanesco da sociedade da época. Luísa é uma vítima das suas leituras negativas e da baixeza moral do primo, quando a ausência do marido a deixou entregue ao seu vazio interior. É uma vítima do ócio.
Trata-se da obra-prima de Eça de Queiroz, publicada em 1888, e uma das mais importantes de toda a literatura narrativa portuguesa. Vale principalmente pela linguagem em que está inscrita e pela fina ironia com que o autor define os caracteres e apresenta as situações. É um romance realista (e naturalista), onde não faltam o fatalismo, a análise social, as peripécias e a catástrofe próprias do enredo passional.