Escrito em Inglaterra, O Primo Basílio, publicado em 1878, é um romance de costumes da média burguesia lisboeta e uma sátira moralizadora ao romanesco da sociedade da época. Luísa é uma vítima das suas leituras negativas e da baixeza moral do primo, quando a ausência do marido a deixou entregue ao seu vazio interior. É uma vítima do ócio.
Quem é afinal este Basílio, que tanto êxito e escândalo provocou? Um brasileiro, um marialva que vai quebrar o coração de Luísa. Ela, doce e romântica, e seu marido, Jorge, são aparentemente felizes. Mas tudo se complica quando Jorge viaja em trabalho. Luísa, entediada e aborrecida, é seduzida por Basílio e chantageada por Juliana, a imortal Juliana, uma das grandes criações da literatura portuguesa.
E por cima de tudo, o riso de Eça, destruindo, certeiro, a sociedade de então. Este é o romance que o consagrou definitivamente como o grande escritor nacional. Deve ser lido, e relido, sempre!
Tendo chegado à estação, ambos cansados da viagem de comboio, perceberiam que ninguém os esperava. Felizmente, o chefe da estação, que era um homem prestável e perspicaz, após ter ouvido as queixas de ambos, percebeu que alguém, com certeza, não tinha recebido o bilhete anunciador da sua chegada. Não se fazendo rogado, este mandou vir transporte, isto é, um moço e uns burros que os levariam à quinta. Eça de Queiroz, que já não aguentava o corpo, agradeceu-lhe dizendo que a montada era uma ótima solução.
Trata-se da obra-prima de Eça de Queiroz, publicada em 1888, e uma das mais importantes de toda a literatura narrativa portuguesa. Vale principalmente pela linguagem em que está inscrita e pela fina ironia com que o autor define os caracteres e apresenta as situações. É um romance realista (e naturalista), onde não faltam o fatalismo, a análise social, as peripécias e a catástrofe próprias do enredo passional.
É um Portugal realmente presente que ele interroga e que o interpela. É a sua província, a sua capital, os seus pasmosos habitantes, os costumes, os sonhos medíocres hipertrofiados, a inenarrável pretensão de tudo quanto é ou parece ser “gente” num país sem termos de comparação que possam equilibrar essa doce paranóia de grandezas engendradas a meias pelo tédio e pela falta de imaginação, que Eça pinta, caricaturalmente sem dúvida, mas para melhor reduzir a massa confusa do detalhe proliferante à sua verdade palpável.
A revista “Queirosiana” é publicada semestralmente pela Fundação Eça de Queiroz, tendo como Director o Prof. Doutor Carlos Reis, contem estudos sobre Eça de Queiroz e a sua Geração, é distribuída gratuitamente aos sócios da Associação dos Amigos de Eça de Queiroz.
A revista “Queirosiana” é publicada semestralmente pela Fundação Eça de Queiroz, tendo como Director o Prof. Doutor Carlos Reis, contem estudos sobre Eça de Queiroz e a sua Geração, é distribuída gratuitamente aos sócios da Associação dos Amigos de Eça de Queiroz.
A partir dos textos primitivos das Farpas de Eça, procura-se mostrar, como nunca se tinha feito até agora, o que é que estes textos combativos trazem de novidade como agudíssima crítica de ideias e implacável crítica social para com o país que, mais tarde em romances, Queiroz continuaria a satirizar, de modo a entender-se que á nas páginas das Farpas que realmente começa o romancista.